segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Editorial de Fevereiro

Deus perdoa sempre; O homem de vez em quando; A natureza nunca!

Iniciamos um ano com muita expectativa porem com alguns acontecimentos que marcaram nossa história no Brasil. As notícias anunciavam umas das maiores catástrofes naturais já acontecidas na história do Brasil. Cenas de destruição e tristeza pela perda de centenas de pessoas. Estas notícias nos abalaram e levaram-nos a pensar na brevidade da vida e também em como devemos estar atentos aos sinais.

Estive analisando as notícias, as manchetes, o sensacionalismo que fazem a partir da desgraça alheia e muito me preocupa a forma como que hoje se trata uma fatalidade, como que um acontecimento corriqueiro. Ainda que existam pessoas de coração sensível, há outras que nem sequer comoveram ao ver tanta tristeza.

Logo no início vi uma reportagem que mostrava uma senhora segurando seu cachorro de estimação e não querendo soltá-lo, quase morre afogada nas águas fortes da enchente. Ou soltava o cachorro e segurava a corda com as duas mãos ou ela também morreria em segundos. Vi pessoas dizendo que o amor ao cachorro era como que a uma pessoa, outros diziam que deveriam ter salvado o cachorro também. Sim, concordo em salvar o cachorrinho de estimação. Mas pensando bem, a vida do ser humano deve estar em primeiro lugar e eu questiono o seguinte: Se fosse o filho, a mãe, o esposo, ou até um amigo, vizinho, será que ela faria o mesmo esforço para salvá-los? A vida humana está cada vez mais desvalorizada e quase não se chora mais ao ver tanta tristeza e perda, parece algo comum.

Outra reportagem mostrava uma mulher que dizia: “Meu Deus não deixou minha casa ser destruída...” Em meio a inúmeras casas, pessoas, vidas destruídas eu pergunto: está certo esta mulher dizer isto? Que Deus é este que preserva um e a outros deixa na destruição? Será que são mais pecadores, será que existe mais de um “Deus”, Será que naquele morro, não havia gente mais santa e mais justa que ela. Meus irmãos me desculpem a mulher, mas isto se chama falta de conhecimento e compreensão.

Não foi Deus quem causou essa destruição. A Natureza tem suas leis próprias e liberdade como nós também as temos. Se não houvesse pessoas morando naqueles lugares, seriam apenas deslizamentos de terra anunciados em 5 segundos na TV. Mas, como envolveram muitas vidas, tudo passa a ser diferente. Mas uma coisa é certa, não foi Deus quem causou isto. Fomos nós mesmos, no mau uso da liberdade que temos e no descaso com a natureza invadindo seu espaço, seu lugar.

Deus perdoa sempre; O homem de vez em quando; A natureza, nunca!

Assim amados leitores quero ressaltar que naquele morro havia santos e pecadores, cristãos e pagãos, e quem sabe até ateus. Que ninguém cometa o pecado de dizer que Deus cuidou de minha casa e a do outro deixou destruir porque não é da minha religião, da minha crença. Assim, quem sabe agora comecemos a pensar um pouco diferente. Sejamos solidários, ajudemos a prevenir, pois será melhor que remediar.

Pe. Mario Adorno

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