A REFEIÇÃO CONTINUA
“Deus tem fome. Tem fome porque
Deus é amor. Amor é fome. Deus tem uma fome imensa. A comida que mata a fome de
Deus, somente nós podemos fazer. Há a eucaristia que acontece na Igreja, o pão
e o vinho, o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Há a Eucaristia que
acontece no mundo – comida para matar a fome de Deus, disfarçado em pobre, em
criança, em mendigo, mas não só. Disfarçado também de gente que não tem fome”.
Rubem Alves
No tempo de
Jesus, cada refeição tinha uma ligação com Deus. Celebrava a presença de Deus
no meio de seus amigos, anunciando o Reino. As primeiras comunidades cristãs se
reuniam freqüentemente para a fração do pão, especialmente aos domingos.
Repetiam os gestos de Jesus e celebravam assim a morte do Senhor ressuscitado.
Na Bíblia, comemorar, celebrar, sempre quer dizer: trazer o passado para o
presente. Cada ceia pascal não somente lembrava a libertação, mas trazia essa
libertação para a atualidade. Assim também a celebração da morte do Senhor traz
o sacrifício de Cristo para o presente. O sacrifício de Cristo é único. Mas, em
cada celebração da Eucaristia, comemoramos e se torna atual o sacrifício de
Cristo, para que nós, conscientemente, participemos da doação de Jesus e
vivamos de sua força. É o sentido da comunhão: comer o corpo e beber o sangue
do Senhor, unindo-nos assim a Cristo no seu ato de extrema doação.
Os primeiros
cristãos usavam a expressão “Eucaristia”. É uma palavra grega que quer dizer:
“Ação de graças”. Também usavam a expressão: fração do pão e Ceia do Senhor.
A Eucaristia é
o sacramento da unidade a serviço dos irmãos. Comer o pão e beber o vinho
consagrados é comer e beber da vida de Jesus Cristo, para que possamos
prolongar em nós sua missão. A Eucaristia reúne a comunidade para participar da
vida de Jesus e, ao mesmo tempo cria, por isso mesmo, comunidade entre homens.
A Eucaristia constrói Igreja.
A Eucaristia é
força para o indivíduo e para a comunidade. Na presença real de Cristo nos
abrimos pra uma vida de seguimento, de comunhão, de imitação, contra toda forma
de exploração e de morte, até a perseguição e a cruz, e, finalmente, até a
ressurreição. A Eucaristia é a experiência da páscoa realizada, do Reino definitivo.
É memória, é esperança!
Denis Crivelari (seminarista)
Diocese de São João da Boa Vista
Estudante do 1º- Ano Teologia – PUC
Campinas/SP
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